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Apenas 20% dos moradores de rua de São José são nativos

14/05/2014

No dia 7 de maio a diretoria executiva da AEMFLO e CDL-SJ recebeu o secretário de Assistência Social do município, Lédio Coelho que apresentou ações e políticas utilizadas na área de Atendimento Social do Município.

Durante a reunião, o secretário apontou números e situações preocupantes. Segundo ele, em 2013 havia 600 moradores de rua em São José, com faixa etária entre 20 a 30 anos, e desses, 592 foram retirados e levados aos Centros de Apoio.

Coelho também diz que das 474 pessoas internadas em comunidades terapêuticas, 50% delas são moradoras de rua. Atualmente o município conta com cinco comunidades para tratar dessas pessoas, mas ressalta que o maior problema é a migração de cidades vizinhas. E falou da necessidade do secretário de Estado em cobrar políticas dos municípios. “Nosso desafio é diário e a sensação é como a de secar o gelo. Tiramos um e voltam dois. Os municípios precisam fazer sua parte”, clama. 

O secretário ainda pede atenção das pessoas para não descartarem colchonetes e travesseiros nas ruas para que não seja um incentivo de eles permanecerem à margem da sociedade e recusando ajuda e emprego.

Os empresários também falaram da dificuldade em lidar com essas pessoas, que muitas vezes abrigam-se nas marquises dos comércios, impedindo ou inibindo os consumidores de frequentarem os estabelecimentos.

O vice-presidente da AEMFLO e CDL-SJ, Victor Alexandre de Souza disse que o exercício do secretário ficou bastante claro e o empenho é nítido, mas ressalta que enquanto não for pensada em uma política pública regional, teremos sempre essas disparidades entre os municípios, que sofrem consequências como aqui em São José, com a migração de moradores de ruas, por falta de políticas dos demais municípios.

Processo de recuperação

A equipe de Assistência Social do município faz a abordagem nas ruas, na sequência é registrado um Boletim de Ocorrência e é providenciada a documentação necessária para ficar na casa de Apoio (muitas pessoas, se quer, possuem identificação), com acompanhamento psicológico e social, resgatando a autoestima de cada pessoa, além de receber tratamento terapêutico. Durante o tratamento, outra equipe se mobiliza para procurar oportunidades de inserção no mercado de trabalho e, então, é encaminhado para prosseguir a vida com “as próprias pernas”. O dependente químico é instruído a alugar uma moradia e aos poucos vai se inserindo, dignamente, na sociedade.

Superação

O secretário se lembra de uma história emocionante que aconteceu em São José: uma gestante de 28 anos morava nas ruas junto ao marido e os dois eram usuários de drogas e foram abordados pela Assistência Social do município. Depois de oito meses sendo acompanhados, hoje conseguem pagar o aluguel da moradia, o filho nasceu saudável e frenquenta creche e ambos estão trabalhando e ganhando o próprio salário.

14/05/2014

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