A criação da Unidade Real de Valor (URV), no primeiro semestre de 1994, serviu para introduzir o Plano Real, moeda que passou a circular no dia 1º de julho do mesmo ano, com Itamar Franco como Presidente e Fernando Henrique Cardoso como Ministro da Fazenda.
Em esquema de paridade com o dólar, o real chegou a ficar mais forte que a moeda americana. Ao contrário de outros planos, que passaram por congelamento de preços e confisco de dinheiro poupado, o plano apostou na reforma econômica do país.
O novo programa tinha como principal objetivo controlar a hiperinflação. No início dos anos 90, o índice anual chegou a ultrapassar 1000%. Em 1996, a inflação já estava reduzida em menos de 10%, deixando os preços sob controle e aumentando o consumo da população. Na época, o frango ficou conhecido como o produto símbolo do Brasil, chegando a custar R$ 1.
Para Dejair de Assis Borges, Sócio-Diretor da Massita Alimentos, o plano foi um sucesso. “Com a implantação da nova moeda, o poder aquisitivo, principalmente de pessoas de baixa renda, aumentou. Tivemos um aumento de cerca de 50% na produção em nossa empresa, e a partir de então também conseguiu-se trabalhar com planejamento e orçamento”, disse.
Nesses 15 anos houve ganho real do salário mínimo. O menor rendimento legal a ser pago no país se valorizou 564% no período, mais que o dobro da inflação e também acima da alta da cesta básica.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou no último dia 1º que “o plano real cumpriu uma missão impossível ao derrotar a inflação, e deu certo porque resistimos à tentação populista de aplicar mais um choque econômico”.
